15/05/2020

Bolsonaro “declarou”

Em Minas, me contou o Fernando Sabino, quando alguém mostra em público que enlouqueceu, diz-se que ele “declarou.” Pois, pois, creio que Jair Bolsonaro “declarou”. Beira a insanidade total a maneira como vem presidindo o país. A demissão do ministro da Saúde, que ficou apenas 28 dias no cargo, porque Bolsonaro insiste em prescrever cloroquina em massa para a população, embora não tenha qualquer autoridade e conhecimento em medicina, é prova suficiente de que sua insanidade chegou a um ponto que coloca a Nação em perigo.

O agora ex-ministro da Saúde Nelson Teich fez um discurso de despedida tão curto quanto sua gestão. Depois de pedir demissão, ele falou por menos de dez minutos. Não disse o que motivou sua saída do ministério da Saúde, nem precisava: deixou o cargo para não ter seu nome destruído de vez pela máquina de moer reputações chamada Jair Bolsonaro. Não quis arriscar seu diploma e currículo de médico e recusou-se a avalizar as prescrições do charlatão Bolsonaro. O uso da cloroquina e o fim do isolamento social é plano suicida.

A nomeação de um substituto enfrentará um obstáculo praticamente intransponível: ninguém que tenha nome a zelar na comunidade científica aceitará o papel de submissão aos “achismos” e obsessões presidenciais, exigência determinante de Bolsonaro para a sobrevivência de seus auxiliares. Sendo assim, talvez a única solução seja recorrer à disciplina militar. E aí, saibam todos, chegaremos ao pior dos mundos.

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