27/04/2020

DESCENDO A LADEIRA

O presidente Jair Bolsonaro defenestrou Sérgio Moro e negocia com as velhas ratazanas da política, gente da catadura de Valdemar Costa Neto e Roberto Jefferson. Resultado: Bolsonaro perdeu a principal ideia força de seu governo: o combate à corrupção e à “velha política” do toma-lá-dá-cá. Entrou definitivamente no esquema do é dando que se recebe, do vem cá, meu bem, como os políticos costumam se referir, despudoramente, à troca de benefícios e que tais pelo voto a favor do governo.

A guerra pública travada com Sergio Moro em meio às acusações de interferência política no comando da Polícia Federal empurrou o presidente a um patamar inédito na deterioração de sua imagem pública: pela primeira vez na série histórica de pesquisas realizadas pela consultoria Atlas Político, a maioria dos entrevistados (54%) é favorável a um processo de impeachment contra Bolsonaro.

Ora, Bolsonaro já vinha em queda na aprovação de seu governo desde fevereiro. O comportamento tresloucado durante a crise do coronavírus e do baixo desempenho econômico provocavam grande desgaste. Mas os reflexos da demissão de seu ministro mais popular afetaram diretamente seu capital político: 64,4% responderam que desaprovam seu desempenho enquanto 30% o aprovam. Enquanto isso, Moro fortalece a sua imagem pública e vê sua aprovação chegar a 57%, índice que não alcançava desde a suspeição levantada sobre a sua atuação como juiz após o vazamento de mensagens de integrantes da força-tarefa da Lava Jato.

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