26/11/2020

Brasil registra 107 assassinatos políticos em 2020

Uma semana depois de dizer que crime político não é problema do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, mandou a equipe de técnicos do TSE levantar casos de violência nas disputas municipais. Por decisão dele, a Assessoria Especial de Segurança e Inteligência divulgou um relatório parcial apontando 99 casos de homicídio ou tentativas de assassinato de pré-candidatos e candidatos neste ano. Não foi desta vez, no entanto, que o tribunal apresentou dados específicos e concretos sobre os assassinatos nas disputas pelo poder.

A gestão de Barroso na presidência do TSE coincide com o período mais violento na política dos últimos 40 anos de democracia. Monitoramento do Estadão mostra que o País registrou, em 2020, o maior número de mortes por motivações políticas desde a Lei de Anistia e o início da redemocratização, em 1979. De janeiro último para cá, foram 107 assassinatos. Das vítimas, 33 eram pré-candidatos e candidatos a prefeito e a vereador. As informações são do Estadão.

Por sua vez, o levantamento do TSE apresenta dados imprecisos e um corte histórico reduzido sobre a violência nas disputas pelo poder. O estudo do tribunal aponta que houve um salto de crimes na política desde 2016, quando 46 candidatos e pré-candidatos teriam sido vítimas de atentado, sem dar detalhes. O monitoramento do Estadão, no entanto, destaca que, naquele ano, só o número de homicídios consumados de candidatos e pré-candidatos chegou a 47 casos.

A curva ascendente no gráfico da violência política é mais antiga que a registrada pelo tribunal. Há 12 anos, o número de mortos em anos de disputas municipais apresenta aumento constante. Foram 31 casos em 2004, 81 em 2008, 94 em 2012 e 100 em 2016. Portanto, o recorde de homicídios foi batido neste ano. A pandemia da covid-19 não freou os crimes.

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