11/04/2015

Segundo Sérgio Moro, Ministério da Saúde omitiu encontro entre Padilha, Vargas e Youssef

sergio moro

Em despacho, juiz diz que ‘há situações estranhas no processo administrativo’ envolvendo a pasta e a Labogem
por O GLOBO
Em despacho que autorizava buscas e apreensões na 11ª fase da operação Lava-Jato, que nesta sexta-feira levou à prisão sete pessoas – entre elas os ex-deputados André Vargas, Luiz Argolo e Pedro Corrêa -, o juiz Sérgio Moro informou que o Ministério da Saúde omitiu informação sobre um encontro entre o então ministro Alexandre Padilha e o doleiro Alberto Youssef. A reunião teria acontecido no apartamento funcional de vargas, também no encontro.
Em delação premiada, o encontro serviu para tratar do contrato do ministério com a Labogem, comprada pelo doleiro.
Segundo Moro, ao mandar explicações para a Justiça, agentes do ministério não teriam confirmado tal encontro. “Agentes do Ministério da Saúde faltaram, aparentemente, com a verdade para com este Juízo, ao não revelarem todos os fatos envolvidos na aprovação da parceria (entre ministério e Labogem). Há situações estranhas no processo administrativo”.
Diz ainda o despacho: “Apesar da extensão da nota e do relato dos encontros entre os representantes da Labogen e os agentes do Ministério da Saúde, foi omitida qualquer informação acerca dos aludidos encontros de André Vargas com Alexandre Padilha ou com Carlos Gadelha (então secretário executivo da Pasta) a respeito dos fatos.”
Em 26 de março de 2014, após deflagração da Lava-Jato, o ministério encmainhou nota técnica à Justiça Federal. Nela, não cita o encontro de Padilha com Vargas e Youssef. Padilha não foi encontrado neste sábado para comentar o despacho de Moro.
Em nota, o ministério da saúde negou contratos com a Labogem. “Em todas as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo, a relação do Ministério é com os laboratórios oficiais, que podem buscar parceiros privados. Em 2013, ao tomar conhecimento do relatório da Polícia Federal sobre a Operação Lava-Jato, o Ministério imediatamente suspendeu o termo de compromisso selado com o Laboratório da Marinha, antes mesmo da assinatura de contrato ou de qualquer repasse de recursos públicos. Isso significa que a proposta envolvendo a Labogen sequer passou da fase do cumprimento dos requisitos para assinatura de contrato.”

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