18/04/2015

‘Pressão de Gleisi’ motivou suspensão de depoimentos nos processos da Lava Jato

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A pressão da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) junto à Polícia Federal está entre os motivos que levaram a Procuradoria Geral da República de pedir a suspensão no STF (Supremo Tribunal Federal) das investigações envolvendo políticos na Operação Lava Jato, revelou o jornal O Globo na edição deste sábado, 18. Assessores de Gleisi e do senador Humberto Costa (PT-PE), segundo o diário carioca, pressionaram a PF para agilizar dos depoimentos. No caso de Gleisi, a PGR também indicou a existência “de perguntas e respostas prontas, antes mesmo da chegada de um procurador para participar do depoimento”.
Gleisi e Costa são suspeitos de receber recursos desviados da Petrobras para suas campanhas eleitorais. Os inquéritos abertos no STF investigam os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os dois petistas já teriam sido ouvidos pela PF, após a pressão dos assessores. “O caso envolvendo a existência prévia de perguntas e respostas é o de Gleisi. Não é usual um depoimento começar com uma transcrição pré-existente do material. Quando a senadora chegou para depor, o delegado da PF já detinha os papéis. Não está claro quem produziu o material. Todo depoimento conta com a participação de um delegado e de um procurador da República”, diz a reportagem de Vinicius Sassine n’O Globo.
Ao pedir a suspensão das diligências ao ministro do STF Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato, a PGR levou em conta que os depoimentos colhidos até então não obedeciam a uma coordenação lógica, com investigados sendo ouvidos antes de testemunhas. Teori concordou com a suspensão. A ideia da PGR é restabelecer uma coordenação mais produtiva dessas diligências.
A previsão é que os depoimentos sejam retomados já na próxima semana, após o Feriado de Tiradentes, em 21 de abril, terça-feira. A ordem das oitivas já seria a nova a ser estabelecida pelos investigadores.
O grupo de trabalho montado na PGR para investigar autoridades com foro privilegiado já negocia uma reunião com o grupo de delegados da PF responsável pelas diligências. O objetivo é acertar os detalhes desse novo cronograma. Ao todo, 13 senadores, 22 deputados federais e 12 ex-deputados federais – além do tesoureiro do PT João Vaccari Neto e do operador do PMDB, Fernando Baiano – são investigados em inquéritos abertos no STF.
Oficialmente, a PF não quis comentar o caso. Mas investigadores do caso negaram que tenha havido algum tipo de concessão aos investigados. E disseram que um delegado teria apenas elaborado um roteiro de perguntas, mas sem mostrá-lo ao interrogado. Segundo um policial, se tivesse havido, de fato combinação de pergunta e resposta, o procurador que alega ter visto isso teria que ter pedido investigação contra o delegado sob pena de estar prevaricando.

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