19/04/2015

Agência de propaganda contratada pela Petrobras repassou R$ 311 mil a André Vargas

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Uma agência de publicidade contratada pela Petrobras, a FCB Brasil, ordenou o repasse de R$ 311 mil para uma empresa fantasma controlada pelo ex-deputado André Vargas (ex-PT-PR). O pagamento foi feito em 26 de fevereiro do ano passado, três semanas após a FCB ter conquistado uma conta de R$ 110 milhões na Petrobras. A FCB Brasil pediu que a produtora O2 Filmes Publicitários fizesse o repasse. O envolvimento da FCB no suposto esquema de desvios da estatal foi revelado pelo site O Antagonista, dos jornalistas e escritores Diogo Mainardi e Mario Sabino. As informações são Folha de S. Paulo
Já o pagamento da O2 Filmes Publicitários a Vargas foi apontado em reportagem da Folha de S. Paulo, na última quarta (15). A O2 tem como um de seus sócios o cineasta Fernando Meirelles, diretor de “Cidade de Deus” (2002). O juiz federal Sergio Moro considera que o repasse é propina porque a empresa de Vargas que recebeu o montante, a LSI Solução em Serviços Empresarias, não tem atividade nem funcionários, segundo a Receita Federal.
Outras produtoras famosas, como a Conspiração, a Academia de Filmes e a Zulu também fizeram pagamentos, que somam R$ 3,17 milhões, segundo planilha apreendida na casa do ex-deputado, em Londrina (PR), no último dia 10, quando André Vargas foi preso.
A Folha de S. Paulo apurou que a conta da Petrobras foi conquistada com ajuda do publicitário Ricardo Hoffmann, que foi vice-presidente da agência Borghi Lowe em Brasília e atendia duas contas do governo (Ministério da Saúde e Caixa Econômica Federal).
A pasta da Saúde já pagou R$ 112,8 milhões à agência Lowe desde 2011. Os dois órgãos suspenderam os pagamentos após a prisão de Hoffmann no último dia 10 por conta das suspeitas de que ele repassava propina a Vargas para ter essas contas.
A FCB Brasil e a Borghi Lowe pertencem ao mesmo grupo, o Interpublic, um dos gigantes globais da publicidade.
O publicitário disse à PF que pagava Vargas para ele conseguir clientes privados para a agência, mas que não houve nenhuma indicação.
O repasse dos recursos saía de uma comissão de cerca de 10% do valor do contrato, que produtoras pagam à agência de publicidade por terem sido escolhidas para fazer um certo trabalho.
Essa prática é conhecida no mercado como BV (bonificação de volume) de produção. A O2, no entanto, não fez trabalho algum para a Petrobras, segundo a produtora.
A comissão é proibida em negócios com o governo por ser considerada antiética e, em tese, elevar o valor dos contratos, mas é prática corrente no mercado privado.

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