13/04/2014

Chantagens e mentiras. André Vargas na Veja

Padilha-Vargas
Flagrado em diálogos comprometedores com um doleiro, o deputado André Vargas ameaça envolver no escândalo um ex-ministro, um ministro do governo e uma senadora.
De Daniel Pereira e Robson Bonin, Veja:
Foi demais até para os padrões éticos de um partido cuja antiga cúpula cumpre pena na penitenciária da Papuda, em Brasília. Depois de VEJA revelar que o deputado André Vargas se associara ao doleiro Alberto Youssef para enriquecer à custa de contratos fraudulentos com o governo, o PT deu um ultimato ao parlamentar: ou ele renunciava ao mandato ou seria expulso da legenda. A ideia de puni-lo visava a conter a sangria política, prejudicial às candidaturas à reeleição da presidente Dilma Rousseff e de petistas graúdos a governos estaduais. Dizendo-se “acabado”, “abandonado” e “machucado”, Vargas pensou em sair de cena.
Em conversa com colegas de bancada, chorou muito e disse que renunciaria. Mas, em vez disso, deu início a um processo de resistência. Na segunda-feira, Vargas anunciou o pedido de licença, por sessenta dias, do cargo de deputado; na quarta-feira, abdicou da vice-presidência da Câmara. Mas já no dia seguinte avisou aos amigos que encurtará a licença e retomará o mandato parlamentar no próximo dia 21. Vargas fechou a semana certo de que não será cassado. Essa mudança de atitude tem um nome: chantagem.
Bernardo-GleisiVargas, como gosta de repetir, é “um homem muito influente no partido”. Conhece como poucos as entranhas do PT e do governo. Especialista em táticas de guerrilha contra adversários, passou a usar essas armas contra figuras do primeiro escalão da República. A petistas, afirmou que, se não receber solidariedade, abrirá a caixa de ferramentas. Os primeiros alvos seriam o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), a senadora Gleisi Hoffmann, ex-chefe da Casa Civil e candidata do PT ao governo do Paraná, e o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, concorrente petista ao governo de São Paulo. Vargas insinuou que Bernardo é beneficiário do propinoduto que opera na Petrobras.

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