20/04/2014

CARLOS BRICKMANN e o caso Pasadena: “Todo suspeito é culpado até provar que é influente”

cervero
Cerveró: salva a própria pele, mas não entrega ninguém. (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
Notas da coluna do jornalista Carlos Brickmann publicada hoje em vários jornais

O depoimento de Nestor Cerveró, o ex-diretor da Petrobras que sabia tudo sobre a compra da Refinaria de Pasadena (e que elaborou o documento, criticadíssimo por Dilma, lido pelo Conselho de Administração), deixou o jogo empatado. Cerveró manteve todas as saídas abertas, defendeu-se sem incriminar ninguém.
Extrair dele algo diferente exigirá convocá-lo para uma CPI; exigirá, antes, que a CPI seja instalada e funcione, o que leva tempo.
A Copa está aí.
As empreiteiras e consórcios acusados são grandes, poderosos, têm bons amigos. E, como não disse Laurence Peter, todo suspeito é culpado até provar que é influente.
Vargas, lucros e perdas 
Surpresa pela decisão do deputado André Vargas, do PT do Paraná, de desistir da renúncia ao mandato?
Vargas fez o que foi melhor para ele: imaginou inicialmente que a renúncia faria com que seu julgamento na Comissão de Ética da Câmara Federal fosse cancelado – afinal, como cassar o mandato de quem já não teria mandato?
A vantagem seria escapar da proibição de exercer mandatos eletivos nos próximos oito anos.
Mas, ao saber que a Comissão de Ética o julgaria de qualquer jeito, e que não teria benefício nenhum se renunciasse, decidiu ficar na Câmara e defender-se exercendo o mandato (e recebendo).
Para o partido, é ruim; ou decide expulsá-lo (e, ninguém se iluda, Vargas tem aliados, silenciosos no momento, mas poderosos), ou não o expulsa, e arca com o desgaste de mantê-lo.
Vargas até topa renunciar, mas o PT precisará oferecer-lhe uma saída honrosa.

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