25/04/2014

André Vargas pede desfiliação do PT

Daiene Cardoso, Ricardo Della Coletta e Vera Rosa

Brasília - Pressionado pela cúpula do PT a renunciar ao mandato, em meio à suspeita de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, investigado na operação Lava Jato, o deputado federal licenciado e ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PR), pediu sua desfiliação do partido nesta sexta-feira, 24. Em carta encaminhada ao diretório municipal de Londrina, o parlamentar comunica que está se desligando dos quadros "de filiados desta agremiação partidária".

Vargas comunicou ao presidente estadual da sigla, Ênio Verri, ter entregue a carta pedindo a desfiliação. Ao Broadcast Político, Verri avaliou que Vargas optou por deixar o partido para "ter mais liberdade para fazer sua defesa".

Licenciado do cargo, Vargas informou também na carta que comunicará seu desligamento à Justiça eleitoral de Londrina. O parlamentar enfrenta um processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar.

Na última terça-feira, 22, o presidente do PT, Rui Falcão, pediu a Vargas que renunciasse ao mandato para não prejudicar as campanhas da presidente Dilma Rousseff e dos candidatos aos governos de São Paulo, Alexandre Padilha, e do Paraná, Gleisi Hoffmann.

Vargas resiste às pressões. Se renunciar ao mandato parlamentar, ele perde o foro privilegiado e passa a poder ser investigado pela Polícia Federal e Justiça Federal do Paraná, que conduzem as  investigações da Operação Lava Jato.

Falcão disse ao deputado que, se ele não renunciasse, seria expulso pela Comissão de Ética do PT. Aliados de Vargas afirmaram, no entanto, que no PT não existe "rito sumário".

No partido, as previsões eram que o desfecho de um eventual processo na comissão de ética contra Vargas seria a expulsão. Foi então que, pressionado pelo governo Dilma e pela cúpula do PT, Vargas decidiu se desfiliar. "Não quero prejudicar Padilha, que é meu amigo", afirmou ele em conversas reservadas.

Em nota distribuída aos jornalistas, o deputado licenciado diz que ao tomar a decisão de se desfiliar do PT poderá priorizar sua defesa no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. "Sem partido, irei dedicar-me agora à minha defesa no Conselho de Ética da Câmara, confiante de que me serão asseguradas as prerrogativas do contraditório e da ampla defesa", diz a mensagem.

Na nota, o deputado ressalta que passou 24 anos no PT e agradece a oportunidade de "servir" ao Paraná e ao Brasil. "Confio na isenção, imparcialidade e tratamento isonômico da Câmara em relação ao meu caso, reafirmando a minha crença na Democracia e no Estado de Direito", finaliza.

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