Daiene Cardoso, Ricardo Della Coletta e Vera Rosa
Brasília
- Pressionado pela cúpula do PT a renunciar ao mandato, em meio à
suspeita de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, investigado na
operação Lava Jato, o deputado federal licenciado e ex-vice-presidente
da Câmara dos Deputados, André Vargas (PR), pediu sua desfiliação do
partido nesta sexta-feira, 24. Em carta encaminhada ao diretório
municipal de Londrina, o parlamentar comunica que está se desligando dos
quadros "de filiados desta agremiação partidária".
Vargas
comunicou ao presidente estadual da sigla, Ênio Verri, ter entregue a
carta pedindo a desfiliação. Ao Broadcast Político, Verri avaliou que
Vargas optou por deixar o partido para "ter mais liberdade para fazer
sua defesa".
Licenciado do cargo, Vargas informou também na
carta que comunicará seu desligamento à Justiça eleitoral de Londrina. O
parlamentar enfrenta um processo no Conselho de Ética da Câmara dos
Deputados por quebra de decoro parlamentar.
Na última
terça-feira, 22, o presidente do PT, Rui Falcão, pediu a Vargas que
renunciasse ao mandato para não prejudicar as campanhas da presidente
Dilma Rousseff e dos candidatos aos governos de São Paulo, Alexandre
Padilha, e do Paraná, Gleisi Hoffmann.
Vargas resiste às
pressões. Se renunciar ao mandato parlamentar, ele perde o foro
privilegiado e passa a poder ser investigado pela Polícia Federal e
Justiça Federal do Paraná, que conduzem as investigações da Operação
Lava Jato.
Falcão disse ao deputado que, se ele não
renunciasse, seria expulso pela Comissão de Ética do PT. Aliados de
Vargas afirmaram, no entanto, que no PT não existe "rito sumário".
No
partido, as previsões eram que o desfecho de um eventual processo na
comissão de ética contra Vargas seria a expulsão. Foi então que,
pressionado pelo governo Dilma e pela cúpula do PT, Vargas decidiu se
desfiliar. "Não quero prejudicar Padilha, que é meu amigo", afirmou ele
em conversas reservadas.
Em nota distribuída aos
jornalistas, o deputado licenciado diz que ao tomar a decisão de se
desfiliar do PT poderá priorizar sua defesa no Conselho de Ética da
Câmara dos Deputados. "Sem partido, irei dedicar-me agora à minha defesa
no Conselho de Ética da Câmara, confiante de que me serão asseguradas
as prerrogativas do contraditório e da ampla defesa", diz a mensagem.
Na
nota, o deputado ressalta que passou 24 anos no PT e agradece a
oportunidade de "servir" ao Paraná e ao Brasil. "Confio na isenção,
imparcialidade e tratamento isonômico da Câmara em relação ao meu caso,
reafirmando a minha crença na Democracia e no Estado de Direito",
finaliza.
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