25/08/2012

Agnelo Queiroz embolsou doação de R$ 24 mil ao partido em 2005

 O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), embolsou R$ 24 mil doados para seu antigo partido, o PC do B, durante jantar de arrecadação realizado em 2005.
Os dados foram recebidos pela CPI do Cachoeira, que investiga o petista e quebrou seu sigilo bancário.
Lula Marques-13.jun.12/Folhapress
Governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), durante depoimento na CPI do Cachoeira
Governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), durante depoimento na CPI do Cachoeira
Três doadores ouvidos pela Folha, entre eles amigos de Agnelo, dizem que deram o dinheiro para o partido ou para campanhas, e não para o então ministro do Esporte.
Eles se mostraram surpresos com a informação de que os cheques foram depositados na conta de Agnelo. Ao todo, foram descontados 11 cheques, com valores entre R$ 1.000 e R$ 2.500.
"A assessoria dele disse que eram só 100 pessoas [no jantar], fiquei me sentindo importante e acabei pagando. Foi [servido] picadinho, até achei ruim. Por R$ 2.500 eu achei que ia ter camarão e lagosta", disse o médico Ivan Castelli.
O também médico Paulo Lobo Júnior confirmou a contribuição no jantar, mas disse que achava que o dinheiro era para o partido.
"Eu nunca emiti nenhum cheque para o Agnelo, nunca depositei nada para o Agnelo", afirmou Lobo Júnior, que afirma também contribuir com outras legendas.
Castelo e um outro doador disseram terem sido convidados para um jantar de arrecadação de campanha eleitoral.
Parte dos emitentes dos cheques descontados por Agnelo eram subordinados a ele no Ministério do Esporte. O porta-voz do governador, Ugo Braga, disse que eles foram ao jantar por serem do círculo próximo do então ministro.
O jantar foi realizado no Clube de Golfe de Brasília às vésperas do 11ë Congresso Nacional do PC do B, realizado entre os dias 20 e 23 de outubro de 2005, na capital. Os cheques foram descontados no dia da abertura do evento.
À época, Agnelo era uma das estrelas do partido. Em 2006, perdeu na disputa pelo Senado e em 2010, já no PT, elegeu-se governador do DF.
'ACONTECIA MUITO'
O porta-voz do governador, Ugo Braga, confirmou que Agnelo ficou com o dinheiro e que "isso acontecia muito". Segundo ele, o jantar é uma "prática muito comum nos partidos de esquerda".
"Como era: o partido precisa que você pague aquilo, aí ele [Agnelo] ia lá e pagava", disse o porta-voz Ugo Braga. Como jantar foi há sete anos, Braga disse que Agnelo não se recorda de quais despesas da sigla custeou e que Agnelo muitas vezes teve prejuízo pois pagou mais despesas do que o valor arrecadado.

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